quarta-feira, 1 de julho de 2009

"Resisto a tudo menos minha própria diversidade,
respiro o ar e deixo muito mais ar atrás de mim,
não sou pretencioso, estou no meu lugar.

(...)Esta é a relva que grassa onde quer que haja terra e água,
este é o ar comum que banha o globo.

Este é o hálito das leis, canções, comportamento,
esta é a água insípida das almas.... este é o verdadeiro alimento,
é pros iletrados... pros juízes da suprema corte... pra capital federal e o estado do capitólio,
pra comunidade admirável dos literatos e compositores e cantores e oradores e engenheiros e sábios,
é para as raças infinitas de trabalhadores, agricultores, marinheiros.

Isto é o trinar de mil trompetes nítidos e o grito da oitava flauta e o ataque dos triângulos,
não toco marchas só pros vencedores.... também toco pros mortos e vencidos com o mesmo espírito.

Já ouviu alguém dizer que foi bom ganhar o dia?
Pois digo que também é bom cair.... batalhas são vencidas com o mesmo espirito com que são vencidas.

(...) não sei dizer como se dobram meus tornozelos.... nem a razão do meu mínimo desejo,
nem o porquê da amizade que emito.... nem o porquê da amizade que retomo.

WALT WHITMAN - CANÇÃO DE MIM MESMO (FRAGMENTOS)

Nenhum comentário: